domingo, 16 de outubro de 2016

Caçada em Galveias


Este sábado cacei mais uma vez em Galveias, mais propriamente em Ribeira de Vinhas a convite do meu amigo Jorge Barreiras, natural desta bela Vila do Concelho de Ponte Sor e localizada na margem esquerda da Ribeira de Sor.

Caçar ali na sua companhia, dos seus familiares e alguns amigos, é sempre um prazer enorme. E ás 6:00h chegávamos já ao Café Central no largo da Igreja, onde já nos aguardavam. Após os cumprimentos, a alegria do reencontro, e entre o passar de cafés, as últimas caçadas dão o mote para começarmos a planear, como serão constituídos os grupos, e onde caçará cada um deles. São feitas algumas recomendações pelos mais experientes, sobre os terrenos, quem fará as pontas ou andará mais avançado, e onde supostamente será mais provavel encontrar caça.

Caçar em Galveias é hoje em dia substancialmente diferente do passado, a Caça é (muito) mais escassa, os terrenos mais duros e díficeis (mais mato e terrenos abandonados), mas o encanto de ali caçar permanece intacto. Para eles, que ali caçaram centos de lebres, e perdizes bravas, e fizeram mágicas caçadas de torcazes, à dormida e à levantada; e para mim que tenho a felicidade de conhecer, e partilhar, aqueles terrenos e, estas jornadas com grandes caçadores desses tempos idos, e que ainda hoje mostram porque o eram e porque o são, mesmo com muito menos Caça.

Nas condições actuais, para além de um pontinha de sorte, sempre necessária, só a combinação do conhecimento minucioso do terreno e da crença das espécies em cada local, e uma grande eficiência no momento de “atirar” resultam normalmente em boas caçadas. Curiosamente, naquela família, e generalizado às várias gerações, todos parecem ter “doutorado na mesma escola” – todos muito caçadores e excelentes atiradores! Impressionante.

O almoço na antiga casa de família junto a Ribeira de Vinhas e a habitual boa disposição, leva-nos invariavelmente às histórias do passado, à discussão dos lances da manhã, dos bons cães, e dos muitos quilómetros “calcorreados” na “busca” das lebres e perdizes.

Recorda-se igualmente a “proximidade” das caçadas de Inverno, afinal os tordos, torcazes e galinholas estão a começar a entrar, e deseja-se avidamente que proporcionem algumas boas caçadas como sucede todos anos, combinando-se quem ficará com a responsabilidade de fazer a “chamada”, para essas caçadas círurgicas.

No final e antes da despedida, houve ainda tempo para colher alguns diospiros, deliciosos e abundantes na propriedade.

No regresso a casa, e reflectindo, sinto-me agradecido por viver assim um ambiente único em torno da caça, com gente de uma simplicidade e de um ADN cada vez mais díficil de encontrar.

Obrigado amigos.

Sem comentários:

Enviar um comentário