Este sábado cacei mais uma vez em Galveias, mais
propriamente em Ribeira de Vinhas a convite do meu amigo Jorge Barreiras,
natural desta bela Vila do Concelho de Ponte Sor e localizada na margem
esquerda da Ribeira de Sor.
Caçar ali na sua companhia, dos seus familiares e alguns
amigos, é sempre um prazer enorme. E ás 6:00h chegávamos já ao Café Central no
largo da Igreja, onde já nos aguardavam. Após os cumprimentos, a alegria do reencontro, e entre o passar de cafés, as últimas caçadas dão o mote para começarmos a planear, como serão constituídos os grupos, e onde caçará cada um deles. São feitas algumas recomendações pelos mais experientes, sobre os terrenos, quem fará as pontas ou andará mais avançado, e onde supostamente será mais provavel encontrar caça.
Caçar em Galveias é hoje em dia substancialmente diferente
do passado, a Caça é (muito) mais escassa, os terrenos mais duros e díficeis (mais
mato e terrenos abandonados), mas o encanto de ali caçar permanece intacto. Para
eles, que ali caçaram centos de lebres, e perdizes bravas, e fizeram mágicas
caçadas de torcazes, à dormida e à levantada; e para mim que tenho a felicidade
de conhecer, e partilhar, aqueles terrenos e, estas jornadas com grandes
caçadores desses tempos idos, e que ainda hoje mostram porque o eram e porque o
são, mesmo com muito menos Caça.
Nas condições actuais, para além de um pontinha de sorte,
sempre necessária, só a combinação do conhecimento minucioso do terreno e da
crença das espécies em cada local, e uma grande eficiência no momento de “atirar”
resultam normalmente em boas caçadas. Curiosamente, naquela família, e
generalizado às várias gerações, todos parecem ter “doutorado na mesma escola” –
todos muito caçadores e excelentes atiradores! Impressionante.
O almoço na antiga casa de família junto a Ribeira de Vinhas
e a habitual boa disposição, leva-nos invariavelmente às histórias do passado, à
discussão dos lances da manhã, dos bons cães, e dos muitos quilómetros “calcorreados”
na “busca” das lebres e perdizes.
Recorda-se igualmente a “proximidade” das caçadas de Inverno,
afinal os tordos, torcazes e galinholas estão a começar a entrar, e deseja-se
avidamente que proporcionem algumas boas caçadas como sucede todos anos, combinando-se
quem ficará com a responsabilidade de fazer a “chamada”, para essas caçadas
círurgicas.
No final e antes da despedida, houve ainda tempo para colher
alguns diospiros, deliciosos e abundantes na propriedade.
No regresso a casa, e reflectindo, sinto-me agradecido por
viver assim um ambiente único em torno da caça, com gente de uma simplicidade e
de um ADN cada vez mais díficil de encontrar.
Obrigado amigos.
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