domingo, 9 de julho de 2017

Espera em Casal Valentão, Vale da Serra

Desde Abril que não fazia esperas, e lá consegui "encaixar" a data de 07/07/2017 para mais uma espera no sopé da Serra d`Aire. Num local que me é muito querido e que me tem deixado ao longo dos anos muitas e boas recordações, da Caça, e das pessoas dali, mais propriamente em Casal Valentão.


Consegui chegar cedo ao local, que agora em período de Verão, seriam pouco mais de 8 horas da tarde. O tempo estava relativamente fresco para a altura do ano, um pouco ventoso, e as nuvens densas (céu muito nublado) preocupavam-me no sentido de escurecerem demasiado o cevador e colocarem dificuldades adicionais ao momento do tiro (caso se proporcionasse claro!). Mas tudo indicava que sim...


Pois apenas cerca da meia-noite e já convencido de "meter a viola no saco" e ter de voltar outra noite, entra um porco de tamanho moderado no ponto de comida mais distante do local onde me encontro. Observo-o através do óculo durante largos minutos, na expectativa de verificar se outros porcos poderiam estar também por ali, mas ainda dentro de mato. Depois de quase meia-hora conclúo que estaria sozinho, e arrisco fazer o tiro com o porco ao "cutelo" (na longitudinal para mim). O porco não "atravessava", eu estava já com bastante frio, a acusar cansaço, e decidi acreditar que mesmo nessas condições, tendo a carabina bem afinada não podia errar.


E assim foi, retículo ligeiramente acima da cabeça, e... BUMMM!!!


Oiço um guincho e perco a visão do cevador por alguns momentos. Saco a lanterna da mochila e aponto ao local e... lá estava o vulto - impecável! - restava avaliar de perto o que seria um jovem navalheirito. E assim era. Quando chego próximo identifico um navalheirito de escassos centímetros de navalhas expostas, e cerca e 60-70 quilitos.


Depois é o normal, chamar a equipa de ajuda e tratar do mais trabalhoso, levar o animal até à carrinha, esfolar, amanhar e deixar a "enxugar", para partir a carne no dia seguinte. Sim, e os dentitos darão mais uma viagem a Alcanhões para mais uma "tabuazita" para a parede!


(Desta vez um verdadeiro "resgate" em familía, em plena Serra D`Aire já depois da 1 da manhã!)
 

          (Já em casa do meus pais preparando-nos para a habitual "trabalheira"!)

São todos estes momentos que fazem da Caça uma actividade tão especial.




*Com este javali atinjo 61 javalis cobrados na Serra d`Aire.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Verão - o terrível pesadelo dos incêndios!

De um momento para o outro tudo pode mudar a paisagem, a flora, a fauna, o habitat, ... e as nossas próprias vidas. Em quantos locais poderia acontecer o mesmo que em Pedrógão Grande? Quantos? Muitos.







(Imagens captadas em Pedrógão d`Aire e Serra d`Aire em 2009)

Depois da solidariedade e ajuda às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, é necessário envidar esforços que minimizem a possibilidade de reoccorrênicas semelhantes, ali ou noutros locais. Os prejuizos são invariavelmente enormes, a dôr dos afectados incalculável. E nós caçadores e cidadãos podemos fazer alguma coisa nesse sentido? Claro, como por exemplo zelar-mos pela limpeza de matas e matos à nossa responsabilidade individual (e colectiva), na próximidade de casas e estradas e acessos. Procurar exercer comportamentos de menor ou risco "zero", no que diz respeito a fontes de ignição no campo. No campo evitar o contacto das alfaias agrícolas com pedras, ou seja ceifar ou enfardar assegurando menos contacto com o solo, mesmo que isso signifique alguns fardos a menos. Estes são apenas alguns exemplos que devemos não esquecer. E todos devemos pensar nisso, ainda antes de chegarem os períodos, cada vez mais longos, de altas temperaturas.

A responsabilidade pode ser política, mas também de todos nós!