terça-feira, 13 de setembro de 2016

Abertura Coelhos em Pedrógão d`Aire - Assim vai a Caça ao Coelho por ali!

Dado o calor, estado do terreno e vegetação, muito asperos, ausência de humidade e a escassez acentuada de coelhos, a Abertura em Pedrógão, outrora razão de uma motivação e excitação enormes, é hoje uma jornada sem quaisquer expectativas, e de pouco interesse cinegético. 

Este ano cacei mais uma vez com o meu grande amigo e colega de caça, José Pereira, e um outro amigo que nos tem acompanhado nos últimos anos, o Hernani Gaiola.

Os podengos trabalharam bem, apesar das condições difíceis.

No entanto, como se esperava, uma manhã muito dura, devido à temperatura elevada. O resultado resumiu-se a 4-5 coelhos "tocados" pelos cães, e apenas um coelho abatido, que desta vez me calhou a mim (para além de um errado!).


(Abertura aos Coelhos, Pedrógão d`Aire, 11 de Setembro 2016)

A "algazarra" de cães, carros e caçadores em passo apressado, que percorriam aquelas ruas, em madrugada de "abertura aos coelhos" é actualmente apenas uma memória de um passado, ainda que não tão distante, quanto a palavra em si sugere.

 
Avaliando a concentração de viaturas e caçadores junto ao café da "terra", que abre ainda de madrugada, quase em exclusivo para os caçadores, e os escassos tiros que se ouviram pela zona de caça durante a manhã, conclúo que a par dos coelhos, os "coelheiros" parecem ser também cada vez menos por ali.

Perante estas condições será que existe razão para abrir a caça ao coelho ainda em Setembro, com tanto calor e em pleno período de seca?

Em boa verdade,

>Não existe qualquer perigo de surtos de Hemorrágica ou Mixomatose dizimarem muitos efectivos em populações abundantes, como sucedia no passado,

>os coelhos são escassos e também não representam qualquer ameaça em termos de prejuízos para as culturas agrícolas, hoje praticamente inexistentes, 

>sem bebedouros, comedores, searas dedicadas à caça ou qualquer ajuda, numa escala que tenha expressão, o longo período estival, de seca extrema conduz os animais a uma condição física débil, encontram-se magros/carenciados nesta altura,

>e alguns coelhos/muitos são ainda "meios-coelhos",...  

Em termos de "Gestão" talvez valesse a pena reflectir sobre estes temas.  

Mesmo sendo um treino para os podengos (ainda que em condições de baixa humidade, calor excessivo, terreno duríssimo, etc.) mas seguramente uma jornada de caça pouco agradável para qualquer caçador, mesmo para os mais "motivados" para a caça ao coelho, diria que apenas pelo "brio" de não faltar ali a uma abertura, e em nome da "tradição", faz sentido -para mim, até ao momento- continuar a comparecer.

No fundo almoçar com alguns amigos pode ser feito em qualquer altura. Sendo caçar aos coelhos por ali, cada vez menos um motivo de prazer e de boas recordações, para os mais velhos (tendo já muitos desistido), e sobretudo para os mais novos (para quem estes dias são um desincentivo), a abertura em pleno Verão deveria ser por isso motivo de reflexão. 

Assim vai a Caça ao Coelho por ali!
  

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

VIII Troféu Joaquim Rosa - Stº Huberto

Decorreu no passado dia 10 de Setembro, sob organização do Clube de Caçadores do Concelho de Alvaiázere, o VIII Troféu Joaquim Rosa (de Stº Huberto). Clube que vai igualmente organizar a final do Campeonato Nacional da CNCP, nos dias 24 e 25 deste mês.


Hà alguns anos que não fazia provas e ao aperceber-me que se realizaria tão próximo de Pedrógão decidi quase à última da hora inscrever-me e rever alguns amigos. E assim foi. O Clube Organizador surpreendeu pela positiva, sem falhas, e revelando uma experiência considerável a todos os níveis. A zona de Alvaiázere revelou terrenos bonitos e propícios para a caça à perdiz e para este tipo de provas. Os organizadores uma simpatia. O tempo ofereceu condições agradáveis, encontrando-se mais fresco que nos dias anteriores e com uma brisa constante.

Relativamente aos participantes um enorme grupo de amigos do homenageado, e muitos aficionados das Provas. Pessoalmente, deu-me um grande prazer rever muitos deles. Desde o Joaquim Rosa (que não via hà um par de anos), o Juiz Samuel Lourenço, o Juiz Manuel Brás, o Frederico, o Sr. António Matias, o Sr. Marcolino, o Sr. José Silva, o Fernando Henriques, o Cremildo Marques, entre muitos outros aficionados e "habitués" das Provas... como Rui Bonito, João Pereira, César Sousa, Carlos Paiva, Sérgio Fernandes, etc. no total 22 participantes realizaram a prova e a boa disposição e convívio estiveram presentes de princípio ao fim. Talvez, uma das caracteristicas do Stº Huberto... 

A classificação final, 1º Carlos Paiva, EB; 2º Fernando Henriques, BA; 3º Luís Simões, EB; 4º Fernando Neves, BA.

(Carlos Paiva, o vencedor da Prova no final da Barrage com os dois Juizes,
Samuel Lourenço e Manuel Brás)
 

(Primeiro Lugar: Carlos Paiva)
 

(Segundo Lugar: Fernando Henriques)
 

(Terceiro lugar: Luís Simões)
 

(Quarto lugar: Fernando Neves)
 
(Rui Bonito um dos grandes aficionados e impulsionadores do Stº Huberto)
 
(À conversa com o Juiz Manuel Brás: sobre Bretons e Galinholas, claro!)

Como não podia deixar de ser foi um dia de grande prazer e que me deixou a certeza que a Caça continua a ser uma boa causa, uma forma de estar e um prazer único. Um dia muito bem passado!

Nota: As fotos foram tirados pelo Paulo Fernandes de Ponte de Lima, que também participou na prova. A ele, o meu muito obrigado. Um reportagem magnífica.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Codornizes em Montemoro-o-novo

(03/09/2016, Sábado) Esta manhã cacei às codornizes em Montemoro-o-novo com uns amigos já de longa data, o Pedro Vitorino, acompanhado do seu filho, e que é sempre motivo de grande prazer re-encontrar, seja na caça menor, seja na caça maior, e com quem muito gosto de caçar e conversar. Um exemplo, de conhecimento, de sobriedade, de calma, de ética... e (podendo parecer antagónico a muita gente ) de uma paixão imensa pela Caça.

Cacei com duas cadelas, a Bolota (EB Fêmea) e com a Lili (PP Fêmea) e ambas se mostraram à altura das codornizes, mesmo acusando como é logico o calor e consequente cansaço, seja nos andamentos, seja nos cobros.
O Pedro caçou com o seu breton Epson (EB Macho) e que, não sendo a primeira vez que vi caçar, me deixou impressionado pelo andamento que aguentou praticamente até ao final da jornada.


 
O "Caça 32" da Sulbeja, carregado com chumbo 7,5 em carga de 32 gr., e pólvora PSB3 mostrou-se para além de eficientíssimo, continuando a ser o meu cartucho de eleição. 

No final da manhã, o balanço indicava alguns lances "quanto baste", algumas codornizes cobradas e... sem dúvida uma manhã bem passada (de resto como é hábito!).

Estas manhãs são uma oportunidade para começarmos a sair ao campo com os nossos cães, dando-lhes algum treino "real", encontrar alguns amigos, e desfrutar dos primeiros lances da época.

No entanto, caçar às codornizes na época estival não é o mais "simpático" para os cães, e mesmo para nós... os terrenos e vegetação encontram-se demasiado secos, a pouca humidade no ar e falta de aragem não promove as emanações e o calor, muitas vezes logo a partir das primeiras horas da manhã, fazem destas jornadas um desafio exigente para cães e caçadores.

Não esqueça a roupa leve, um calçado fresco e flexivel, e o cantil da água ou uma pequena garrafa. Simultaneamente é preciso nunca esquecer os aspectos de segurança, ter consciência das condições adversas, ter muita calma, dar tolerância ao desempenho por vezes menos conseguido dos cães, caçar curtos períodos e descansar, ter expectativas baixas (ou não as ter mesmo)... e aproveitar como se costuma dizer para colocar a conversa em dia e fazer uma jornada de maior descontração, e boa disposição. Nada de stresses.
 
(As primeiras codornizes de 2016: uma manhã bem passada em Montemoro-o-novo!)

Sublinhando a questão do calor, e procurando evitar "algum" azar irreversível, é muito importante não esquecer o perigo do calor para os cães, dando-lhes água com frequência, assim como atenção redobrada à sua permanência dentro das caixas de transporte e das viaturas durante as viagens ou deslocações. Atenção também à maior propensão a lesões, e às "sarugas" da erva seca no pêlo, orelhas e olhos, e que por vezes se transformam em situações graves, aspecto de importância maior nos animais de pelo comprido.

Para já, pessoalmente, acho que vou esperar pelo Inverno para voltar a caçar às codornizes... 

Bom início de época,
e boas caçadas para todos os que leiam estas linhas.

Luís Simões