domingo, 29 de novembro de 2020

 2020 11 29 - Abertura Tordos, ZCA de Pedrógão, Serra d`Aire


Como em tudo na minha vida até a Caça é conduzida por uma relação de afectos. 

Caçar na companhia do meu filho e dois amigos que comigo partilham estes terrenos hà quase 30 anos, é para mim um motivo de uma enorme satisfação, e que  torna qualquer jornada num "encontro" ainda mais especial. 

Caçamos em qualquer daqueles locais já tantas vezes, que as histórias e as memórias sucedem-se. Já ali fizémos muitos "molhos", já ali apanhamos muitas "molhas", já ali levamos muitos "cães", e já ali levamos a conhecer muitos outros amigos,..., e em tudo isto, lá estão os afectos também. 

Apesar de tudo sabemos bem que caçar ali mudou mesmo muito nestes últimos 30 anos... 

E já nem vou á década anterior, quando apenas cobrava os tordos a amigos mais velhos, ainda na costa Serra d`Aire (hoje Zona de Interdição de Caça do Parque Natural da Serra d`Aire e Candeeiros) e quando caçar 60, 70, ou mesmo 100 tordos de manhã e outros tantos há tarde não era assim tão invulgar.

Sim, memórias de caçadas de tempos que não voltam, e de grandes caçadores do passado, que acompanhei com os meus 13, 14, 15,... até aos 17 anos, e para quem a caça hoje não tem tem qualquer expressão, ou minimizou-se ao nivel da (muito menor) abundância de algumas espécies emblemáticas, onde o tordo se ínclui.  

Como os compreendo. 

Apesar de tudo consegui encontrar argumentos para a praticar sem frustrações ou desânimos de maior, os amigos, os cães, as viagens, o conhecer outros locais, outras modalidades, a caça a outras espécies,..., são motivos mais do que suficientes! Hoje em dia, e falando das espécies de caça menor é sobretudo necessário fazer um exercício de reflexão sobre caçar menos quantidade, muito menos, mantendo a mesma satisfação. Esse equilíbrio é difícil a muita gente. 

Voltando á nossa abertura.

Não há dúvida que hoje em dia quem não investir algum tempo a encontrar um local de crença para o dia seguinte, só com sorte (muita!) ou com alguém que o leve (e que fez essa prospecção) terá uma manhã "decente" (e algumas vezes nem assim dá). Por isso, tirei a tarde de sábado para isso mesmo. No entanto choveu, boa parte da tarde, e o que procurava tornou-se ainda mais díficl de encontar. Ainda assim, entre dois ou três locais a escolha ficou feita. O plano tinha lugar para as três espingardas a colocar pela manhã e no dia seguinte teríamos a confirmação.

Chegados ainda de noite ao local, equipados, e trocadas algumas impressões acordamos nos postos, e saímos. Ao "nascer do sol" já alguns tordos tinham mostrado o rumo (que bem conhecemos nestes locais...), e logo de seguida começamos a fazer "baixar" os primeiros. 

Os tordos não seriam muitos, e a ideia que tinha seria para uma "dúziazinha" mas acabou por ser ainda melhor que o esperado e o "arco" lá foi se foi compondo. Mas ainda cedo a afluência reduziu e acabou mesmo, deixando-nos a meio da manhã certos de que estava feita a nossa caçada (mais tordo, menos tordo...).

Seguia-se o almoço desta vez em casa dos meus Pais, que com algum "recato" devido ao Covid, lá nos serviram (como sempre) divinalmente, embora não desfrutando da sua habitual companhia. Paravras para quê... todos os "obrigados" são muito pouco. Espero mesmo continuar a retribuir-lhes também estes "mimos", que bem o merecem.    

Ou seja no que me tocou, foi um dia fantástico desde que acordei, desde a viagem até Pedrógão ainda de noite, o entusiasmo do Luís, o desempenho das minhas cadelas (Epagneul Breton) irrepreensíveis, a boa disposição dos meus amigos, o almoço em casa dos meus Pais (hummm!), e o regresso a casa a rever alguns dos lances mais bonitos...


A Caça é uma Paixão!   

    

Boas caçadas e e bons lances para todos.

Grande abraço,


Deixo-vos algumas fotos de hoje,