quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Perdizes bravas em Mértola... a mística do costume!


No Domingo passado cacei mais uma vez em Mértola, e como sempre saí de lá de alma cheia!
(Mértola a espreitar os terrenos das mágicas perdizes vermelhas que por ali desafiam caçadores desde hà muito)  
Como em muitas das coisas que faço na minha vida, caçar em Mértola às perdizes começa a ter uma raiz emocional! – Gosto da caça, das pessoas dali, dos amigos que ali encontro, do “Quartel general” em Sapos, onde acontecem as magníficas refeições bem “Alentejanas”, confecionadas pelas mãos calejadas da Ti Luciana e... faço a viagem de regresso normalmente a pensar que não me importaria de voltar logo no fim de semana seguinte. Infelizmente, não pode ser assim. E a vida encarrega-se de de me levar lá, apenas 3 ou 4 vezes por ano.
Levanto-me pelas 03:30h da manhã, apanho a “Bolota” (EB Fêmea) em casa dos meus pais em Pedrógão d`Aire, uma companheira espectacular e grande caçadora, e pelas 04:00 h estou já a entrar no nó de Torres Novas com o pensamento em Mértola e mais uma caçada às perdizes. Esta seria a minha última este ano. Por forma a facilitar a viagem e evitar algum esforço tiro rumo a Castro Verde em “piloto automático”, apenas com uma pequena paragem para café em Aljustrel, e às 07:30h tomo o pequeno almoço em Mértola, calmamente, onde vejo as notícias e pouco depois começo a encontrar os companheiros mais madrugadores. Em cima das 08:30 h estamos no ponto de encontro no Poço dos Dois Irmãos, de onde começamos a caçar.

Ao comando do carismático Alcario, e depois organizados pelo incansável Hugo Candeias (um Capitão no terreno, como não existirão muitos) começamos desta vez, fazendo a Mata e depois as margens do Rio Oeiras, com Mértola logo ali à vista... um verdadeiro Tesouro para a vista...


(Encontro do grupo ao final da primeira mancha)
Mancha já feita algumas vezes este ano, com perdizes bravas, mas já muito desbastadas e logo se percebe que teria de ser uma caçada feita com alguma concentração, para livrar o “chibato”.

Ainda assim a sorte não é a mesma para todos e lá vão aparecendo algumas perdizes e alguns coelhos a cada final das várias batidas feitas.

Chego á última mancha com nenhuma possibilidade de tiro e por isso a “nulos”.

Ainda assim no último “round” levo a esperança de não confirmar o “chibato” na última "varada"... faço a 4ª posição numa linha a quem o Hugo pediu a tarefa de “recolher” uma área querençuda da última mancha e ... subitamente ouço alguns tiros e surgem duas perdizes no meu horizonte visual passando para fora/trás da linha. A primeira, cumpro com com o habitual Sulbeja, Especial Caça 34 gramas, (caindo seca apesar de surgir em modelo F16 como só as perdizes bravas conseguem), e a segunda já mais “fora de tiro” e de rabo não me deu esse prazer... talvez prejudicado pelo querer ver onde caíria a primeira... faço o segundo tiro de forma muito lenta, ...uma ingenuidade. Apesar do "amargo", penso mais tarde, que ainda bem, será mais uma que ficará para o ano.


(Com Hugo Candeias, o "Capitão" que comanda a linha de salto)
Acabada a caçada, voltamos ao “Poço dos Dois Irmãos”, uns mataram, outros não, e um ou outro mataram muito bem. Ou seja, há dias da caça, dias do caçador e dias que tocam a uns, e outros, a outros...

Nesta caçada o Hugo Pita, que conheci da primeira vez que cacei ali em Mértola, fez nada mais nada menos que OITO perdizes caçando de salto e que que é uma caçada de sonho naqueles terrenos. Podendo sempre significar uma “pontinha” de sorte, tem muito de quem sabe do terreno, e de aproveitar lances pouco acessíveis à grande maioria... sem dúvida de grande Caçador.


(Hugo Pita, com oito perdizes feitas de salto - uma caçada de sonho!)
 
No final a “divisão” da caça ditou apenas uma peça a cada um dos participantes. O almoço como sempre uma preciosidade e... o sentimento que será impossível de deixar de ali voltar, seguramente uma certeza.


(A divisão da Caça no "Poço dos Dois Irmãos")
 
Obrigado Alcario, sem dúvida é um grande anfitrião e representante da Capital da Caça e da mística de caçar em Mértola!

Obrigado Hugo (Candeias), és um “Capitão” como não existem muitos. Toda a caçada sob controlo. E caçando quando o deixam, mas cumprindo sempre com naturalidade, com algumas peças.

Grande abraço Hugo (Pita), és um caçador muito sereno, e de uma eficácia ímpar. Aquelas oito perdizes não eram para qualquer um... e fazê-lo com simplicidade e naturalidade é de Grande Caçador.

A todos os outros companheiros, que por um motivo ou por outro não tiveram tanta caça, mas devotaram todo o seu espírito e vontade na caçada, tenho forçosamente de chamar-lhes grandes companheiros e grandes caçadores!
Foi um verdadeiro prazer caçar convosco mais uma vez! Até para o ano, se não nos virmos antes.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Codornizes em Pombalinho - A despedida da pequena Africana!


O Pombalinho é uma daquelas aldeias de referência localizada no Vale do Tejo, pertencendo ao Concelho da Golegã. Situada na margem direita do Rio Tejo, a sul da vila da Golegã, o Pombalinho foi na antiguidade uma importante vila Romana no limite geográfico do Distrito de Santarém. Sobejamente conhecida pelas cheias, sobretudo quando resultam no isolamento da aldeia e que merecem para além de "honras" televisivas, um monumento próprio, onde são registados os níveis máximos e os anos correspondentes. No entanto, o Pombalinho é também reconhecido pelos seus terrenos férteis de lezíria, pela agricultura, e pela caça e genuínidade dos Pombalinhenses.


(Pombalinho é uma freguesia portuguesa do concelho de Golegã)

No passado Domingo (20/11/2016) a convite do Sr. Carlos “Correeiro”, e do Humberto, que conseguiu em tempo recorde preparar a nossa ida, fomos mais uma vez caçar às codornizes a Pombalinho, sendo que “corria” notícia de tratar-se de um ano muito bom no que toca às codornizes, e que nas últimas semanas vários caçadores haviam feito boas caçadas, nalguns casos a atingir os limites (!).

Em face disso a expectativa como é lógico, era "alguma", mas a previsão de chuva com alguma intensidade para todo o país também não deixava dúvidas que não seria provável caçarmos em boas condições ou mesmo durante toda a manhã. Ainda assim, com uns “borrifos” mais ou menos abundantes conseguimos caçar a manhã, e “fazer” algumas codornizes.
(À bucha debaixo de telha “aproveitando” para fugir à chuva)

(Foto final onde figuram quatro “banhos integrais”, uns quantos cães ensopados até aos ossos, meia dúzia de codornizes e uma faisoa)
Apesar de tudo, foi uma manhã bastante boa, em que as codornizes ofereceram alguns lances de grande beleza, e os quais desfrutamos com grande gozo. Não fosse a chuva a manhã tinha sido de "luxo".
Ao almoço na sede do Clube, o ânimo foi já um pouco melhor e depois da habitual “cavaqueira”, de recordarmos como é da ordem, os lances mais bonitos, e o trabalho do cães, acabamos por despedir-nos de uns quantos amigos do Pombalinho, com a certeza de que para o ano repetiremos esta caçada, de preferência com tempo enxuto.
 (Na sede do Clube após o almoço)
Amigos foi uma jornada muito bem passada convosco.
Grande Abraço,
...e até para o ano se não for antes!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Caça aos Coelhos em S. João dos Caldeireiros

As perspectivas não eram as melhores à partida e a caçada aos coelhos do Domingo passado (06/11/2016) em S. João dos Caldeireiros esteve quase em vias de ser cancelada. O tempo continuava muito sêco e relativamente quente e só a chuva da véspera, e que não foi mais que um "borrifo", animou um pouco os ânimos, ainda assim foi apenas aí a sua contribuição. O terreno continuou bastante sêco e as estevas bastante ásperas. Segurante ainda muitos coelhos continuam emburacados, nos buracos junto às toiças das oliveiras velhas, nos moroiços de pedra e buracos “colheiros” de forma geral.
 
Batiam as 03:30h da manhã (ou melhor da noite) quando saímos mais uma vez de Pedrógão rumo a S. João dos Caldeireiros. Pelo caminho re-encontramos o meu amigo Daniel Gomes, vindo de Marinha das Ondas com o seu pai e que nos iriam acompanhar nesta caçada.
Chegados à zona de caça (Herdade de Santa Maria) lá saímos a caçar quase de imediato para aproveitar bem a manhã. Os cães saiem a caçar em frenesim após a solta e só depois de acalmarem começam a caçar com mais tino.


 



Não tardam em surgir as primeiras ladras e os primeiros tiros mas torna-se óbvio que teríamos de caçar muito devagar e certinhos para conseguirmos “alguns” coelhos.
 
A “conta-gotas” lá vão ficando alguns coelhos e surgindo uma ou outra lebre.
 
Relativamente ao grupo, com uns mais “habitués” do que outros nestas caçadas mas todos já muito experientes. Sem pressas e com prazer asseguraram mais uma boa caçada. No final, ainda assim conseguimos construír um quadro de caça razoável, sendo que toda a gente fez o gosto ao dedo, livrando o “chibato”, como se diz por ali. Quando a chuva vier “com conta peso e medida” proporcionará melhores caçadas por certo.
 
Para além do sempre gratificante convívio recordarei desta jornada mais uma bonita história. Na casa dos 70 o Sr. Luís Carapau que havia decidido ir connosco conseguiu a sua primeira lebre, e isso deixou-o muito contente, mas a mim também. Vi também como a mostrou ao seu neto Daniel quando chegámos e estou certo que matará outras. Nunca é tarde.
 
Ao meu filho Luís, ao Zé, Vitor, Humberto, Daniel, Cadeira, e a todos os outros, como sabem, eu adoro estes dias e por tudo, mas sobretudo pela vossa companhia foi mais um excelente dia de caça aos coelhos, Obrigado.
 

 
A próxima já está marcada.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Manhã de caça em Tancos em “Dia de Todos Santos”

Mais um ano, e mais uma vez lá fomos até Cardal a convite do Delgado para mais uma manhã de caça em Tancos. E como não podia deixar de ser, mais uma vez impecável.

As perdizes e faisões deram luta num terreno muito dobrado e com grandes manchas florestais e de mato, ou seja muita "defesa". De facto, uma zona de caça com condições muito boas para os faisões, até mais que para as perdizes. Os cães trabalharam bem e foram obrigados a mostrarem o que valem apesar do calor (rastos, guias, algumas paragens e alguns cobros díficeis).
Conjugando tudo, foi preciso caçarmos certinho para “fazer o gosto dedo”. Ao final da manhã tinhamos vivido alguns lances de grande beleza, desfrutado de alguns momentos de conversa,... e conseguido algumas “peças” para todos.
 (2016 11 01 - Caçada em Tancos às Perdizes e faisões com Joaquim Delgado)

Ao almoço, e para somar à boa disposição trazida da manhã, tivemos a companhia de alguns dos seus amigos dali, sendo uma “tertúlia” muito agradável.
(Almoço em Cardal - uma tertúlia com muito boa disposição)
 
Uma excelente recordação do Cardal! 
Obrigado, Delgado.
 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Uma Faca de Remate especial

Já hà meia dúzia de anos, numa compra de impulso durante umas férias comprei uma faca de bons aços, um pouco mais pesada que a minha, com um lâmina "língua de vaca", também muito parecida, e de dimensões idênticas. No entanto, de uma marca menos (re)conhecida, mais barata e com um cabo de madeira bastante simples. Pareceu-me uma compra de oportunidade.


Depois pensei em alterá-la, tornando-a única, e em oferecê-la ao meu filho.

Tinha uma haste de veado que me havia sido oferecida por um amigo (certo dia que monteei com os cães em Cedilho, com o Paulo Carvalho), e hà algumas semanas, aproveitando uma deslocação à Faunarte (Alcanhões, Santarém), empresa de taxidermia, do Carlos Ferreira, conto-lhe que a minha ideia era a substituição do cabo pela haste de veado, e revelando-lhe a quem se destinava.


  
Obtive receptividade imediata da sua parte e o resultado é uma faca "nova", diferente, muito ergonómica e requintada, ao nível dos melhores "Cuchillos" de remate, ou não fosse feita por quem sabe e com a paixão habitual pelas peças que produz. 

Quanto ao preço deste trabalho... foi de "amigo".
 
Uma oferta do Carlos Ferreira para o meu filho, que com o entusiasmo veio ele próprio buscá-la, e que por tudo isso me deixou ainda mais "tocado".

Não esquecerei as palavras do Carlos Ferreira ao entregar-lha e penso que o Luís também não. Agradeço-lhe o gesto, de coração, com que nos agraciou.

Quanto ao meu filho, para além de desejar que a mantenha ao longo da vida, e a venha a usar muitas vezes nas suas caçadas, espero que a saiba honrar e que recorde a sua história.

Parabéns Luis. Grande faca!
Agora temos de tratar de "sujá-la" um dia destes.