domingo, 25 de fevereiro de 2018

Montaria mista - veados e javalis - em Monforte da Beira

(2018 02 24)


Embora já o tenha feito mais, não sou actualmente um adepto assíduo das Montarias (vou a 4 ou 5 Montarias por época). Para conclusão da "Época Monteira" escolhi a Montaria de Monforte da Beira e que normalmente é uma montaria que assegura bons "números" e alguma qualidade a vários níveis de organização. Desde a marcação das portas, inscrições, sorteios, matilhas (em nº e qualidade), refeições, transportes para a mancha, recolha das reses, etc. não sendo uma romaria de gente, nem sequer um local "caro".






Nesse sentido liguei ao Presidente do Clube, o Sr. Matias com o qual, desde que nos conhecemos vamos mantendo algum seguimento periódico, assente como é lógico nas várias especiés de caça, que ambos caçamos (desde os veados, javalis, perdizes, tordos, etc.). E ficou de imediato marcado o encontro.


Existiam muitíssimas Montarias neste fim de semana (mas voltarei a este ponto adiante...). Apenas para nomear algumas, também Segura, Malpica, Montalvão, ...seriam possibilidade.


(Pormenor do sorteio realizado no exterior da sede da Associação)


Quanto às matilhas foram contratadas 11 matilhas de grande qualidade, incluindo também pelo menos duas de origem Espanhola. Apenas para deixar alguns dos nomes nacionais, Matilha do Boneca, Matilha Maravilhas, Matilha do Assumar, Matilha de S. Julião, Matilha Trinca Espinhas, etc. Pessoalmente, para além da caça em si, é um enorme prazer rever alguns destes matilheiros, João "Boneca", Ernestino, José Manuel e com os quais tenho ao longo dos anos o privilégio de manter alguma amizade e contacto. Escutar as suas opiniões e pontos de vista sobre temas relacionados com as matilhas ou a gestão da caça maior é coisa que muitos decisores deviam levar em linha de conta antes de agir ou legislar. 








A Montaria foi bastante animada (muitos tiros) e na armada onde fiquei penso que da porta 45 à 55 todos atiraram. No meu caso, fica desta vez um gosto agridoce, errei uma fêmea com 4 tiros (!), atirei a um porco na encosta fora da mancha (2 tiros), que escapou entre o azinhal, e passou-me um porco de "bandeja" (o melhor em termos de dificuldade de tiro) e... não tinha colocado bala na câmara (anjolas!!!), pelo que perdi a oportunidade... 


Apesar de tudo, pensei para mim que estava ali para aproveitar a jornada com boa disposição e como sempre se diz, "há dias da caça e dias do caçador" e foi "dia da Caça"! De resto tudo impecável e sem reparos no que se espera da organização.


(Quadro de caça: 23 cervas, 2 varetos, não sei se algum veadito com armação... e meia dúzia de porcos, sem nenhum navalheiro)


Penso que o quadro de caça será o único aspecto a que farei um reparo, nem tanto sobre a quantidade, mas sobre a qualidade. Não apareceu no quadro de caça nenhum trofeu de registo, pelo contrário. Muitas cervas, incluindo varetos, os porcos são poucos, na sua maioria novos, pequenos ou porcas acompanhadas de farropos.


O comentário que faço de seguida é geral, e deve ser um alerta quanto à Gestão da Caça Maior a nivel nacional, ou pelo menos no "Tejo Internacional".


Basicamente, o que se verifica em quase em todas estas zonas de caça da região é um problema de excesso de pressão de caça, e que é acentuada,


i) pelo facto de muitas zonas de caça terem ficado suspensas a nivel nacional devido aos incêndios, ou substancialmente afectadas em termos de efectivos de caça,


ii) cada vez menos migratorias (tordos e pombos), pelo que os caçadores destas espécies dedicam-se também a ofertas de caça maior 


iii) pelo valor pago pelas carcaças de carne de veado/cervas (destinadas a industrias Espanholas),


iv) e pelo efeito da seca (pastores, proprietários sentem a competição pelo pasto, como nunca antes). Duas cervas comerão tanto pasto como uma vaca.  


Sobretudo estes dois últimos factos promovem um acréscimo de pressão, mesmo desenvolvido através de furtivismo (e que se julga crescente). 


Por comparação ao passado, o excesso de pressão traduz-se no exercicio regular de actos de caça ao longo do ano, através das esperas, através das aproximações (cada vez mais comuns) e onde se exploram os bons trofeus (todos/quase todos), seja de javali, seja de veado.


Depois, mesmo em Montaria, as zonas de caça tentam antecipar-se às zonas vizinhas, e nalguns casos para abrir de seguida essas zonas à caça menor fazem algumas montarias quase em pleno Verão (início de Outubro).


Por outro lado, como a caça menor (sedentária e migratória) é pouca fazem mais algumas Montarias para justificar as quotas aos sócios e conter reclamações de proprietários (mais sensíveis/e afectados em anos de seca) 


Como é lógico as Montarias de Inverno sofrem deste "delapidar" do Património Cinegético, o que até é normal, mas a magnitude que atingiu é seguramente preocupante. 


Acontecendo ao longo dos anos este efeito é ainda mais grave, e afecta definitivamente o futuro dos Veados em termos genéticos, sendo que os veados (machos) que ficam, e que asseguram a reprodução são veados fracos, pequenos e com pouco valor genético.


Ou seja, o que está a acontecer é um "desastre" anunciado e irreparável, caso não se tomem medidas correctivas rapidamente (se é que não o é já!). 


Tive a oportunidade de estar um bom bocado a discutir estes pontos de vista com o José Manuel, Matilheiro de S. Julião, o qual partilhou e defendeu esta mesma visão. Curiosamente, acrescentou que do "lado" Espanhol, em zonas que bem conhece, o desastre é idêntico. E por isso, este alerta sobre os veados do Parque natural do Tejo Internacional é ainda mais preocupante.




De resto, feitas as despedidas a alguns amigos, e depois de um agradecimento particular ao Sr. Matias, regressei a casa tranquilo e com a certeza de que hei-de voltar aquelas "paisagens de encher a alma"!




Grande abraço,
  
Luís Simões


 







terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Último fim de semana de Caça aos Tordos

(2018 02 17 - sábado)


Aproveitando a possibilidade de Caçar ao sábado e poder receber o meu amigo Daniel Gomes nesta data combinamos mais uma manhã aos Tordos.




Um bom convivio, neste dia em casa dos meus pais, e contanto com a família completa, incluindo todos os meus sobrinhos! 




Um dia de amanhecer "enovoado" e ameaçar chuva, como costumo dizer mesmo muito "tordeiro", e que se tornou de facto numa jornada de tordos magnífica, ainda que com muitos tordos altos a partir do meio da manhã, assim que o "tempo" começou a levantar, com inúmeros bandos de grande dimensão já de passagem a sua maioria em direcção a norte.


Mais um excelente recordação!






(2018 02 18 - domingo)


Para "fecho de época" havia convidado ainda o Luís Carvalho e o seu Pai (o Sr. Zé), e combinado com mais alguns amigos uma jornada conjunta para "despedida" dos tordos.


As condições meteorológicas de Domingo já pouco tiveram a ver com as de sábado (véspera). Céu completamente estrelado, ameno de temperatura, e o dia a amanhecer limpo, a fazer adivinhar menos tordos e altos - e não enganou.


(Um grande grupo e de enorme boa disposição!)   


(Almoço no restaurante "A ver vamos" em Pedrógão) 


 ("Torneio" de Sueca para a sossega, mas apenas para profissionais das cartas!)


Para o ano hà mais amigos!
Agora ficam todas estas boas recordações a "sustentarem-nos" até lá.


Grande abraço,

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Tordos em Vale da Serra II

(2018 02 11)


À semelhança do fim de semana anterior, também neste fim de semana havia combinado com alguns amigos a vinda já habitual a Pedrógão d`Aire, encontro que vou mantendo dentro da "possibilidade" dos convites de sócio para Caça aos Tordos.


Neste Domingo, contando também com a presença dos meus conterrâneos e amigos, José Pereira e Humberto Felicissimo recebemos os meus amigos de Dois Portos, o Carlos Ferreira, o Joaquim Belchior (que  este ano optou por já não caçar), o Luís Caixas, o Sr. Joaquim Manuel (um "coelheiro" que visitou Pedrogão pela primeira vez, e para caçar aos tordos!), e o amigo Arménio Jorge de Olival/Ourém.


Desta feita, e apesar de se ter caçado aos tordos na zona de caça também de véspera (o que não foi o meu caso devido a outro compromisso), e não ter havido fartura, decidimos mais uma vez pelos Arrifes d`Aire, para "levar" os convidados e tentar ainda assim um local com alguns pássaros.









O tempo aberto e um pouco ventoso da véspera virou a nublado e a ameaçar chuva desde a a madrugada de Domingo e a verdade é que trouxe-nos uma boa manhã de tordos. Ainda que um pouco altos, não tinha visto este ano tantos bandos e tal dimensão (bandos de passagem com 20,30, 40, até 50 passáros!).


Pois, nesses tiros altos, o Caça 32 da Sulbeja, em chumbo 7 deixa claro porque é um dos melhores tiros no mercado, indo buscar muitos tordos a boa altura. 


Como é de esperar todo o grupo deu uns "tirinhos" bons, e matamos só o que conseguimos... Caçar ali naquele terreno pedrogoso, de mato, e escassas abertas, deixa claro o papel fundamental dos cães de cobro. 


E quem os tem, é verdade que tira vantagem. 
A minha epagneul breton femea, Bolota, já nao faz surpresa cumprindo na perfeição desde a época passada. A Nolita de Pedrogão d`Aire (sua filha e do Lobito de Pedrógão d`Aire) que iniciei hà um par de jornadas começa já a disputar com ela alguns cobros, não se deixando ficar atrás.




Para o almoço havíamos combinado com mais alguns amigos que caçariam numa zona de caça adjacente em almoçarmos todos juntos (o André Jacinto, Luis, Armando Bento). E assim foi, tornando-se num convivio mais alargado e que sempre nos agrada. 


Agora fica mesmo a despedida dos tordos para o proximo fim de semana!


Grande abraço amigos, é sempre um prazer rever-vos e ter vos cá,
espero que para o ano consigamos repetir, de preferência com mais tordos e com a mesma boa disposição,




terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Tordos em Vale da Serra

(04/02/2018)


Como é hábito quase todos os anos, gosto de combinar com alguns amigos uma ou outra caçada em Pedrogão através de alguns convites para Caça aos Tordos.


No Domingo passado, apesar dos tordos não serem muitos, e da manhã muito ventosa e fria, cumpriu-se uma dessas jornadas. Caçamos em Vale da Serra, aldeia pertencente à Freguesia de Pedrógão d`Aire, numa paisagem de enorme beleza beleza e grandiosidade, praticamente em plena Serra d`Aire, e onde sabíamos que os tordos não seriam uma "fartura", mas seguramente um local que nos daria a garantia de mais alguns pássaros e mais alguns tiros.


Como é fácil de perceber, caçar por ali aos tordos com um bom cão de cobro é de grande utilidade e por isso levamos a Bolota (cadela Epagneul Breton já muito experiente nessas andanças e que não deixou nenhum "atrás"), e a estreante Nolita, também Epagneul Breton fêmea, que começa agora a dar os primeiros passos e boas indicações!



(Da esquerda para a direita: Ricardo Correia, Nuno Ribeiro, Luís Simões, Gabriel Simões, Álvaro Banaco, João Pina, Joaquim Delgado e Salgueiro)


Conjugando também a vinda de alguns convidados do meu amigo José Pereira combinamos almoçar num dos restaurantes em Pedrogão, como forma de prolongar um pouco o convívio, e que é sempre um prazer.


  
Pessoalmente, contei com a presença do meu filho Luis, o que me deixa sempre grande satisfação.



A todos os presentes e aos que lerem estas linhas, não preciso dizer que estes dias são de grande prazer para mim, sendo que fica sempre prometida uma próxima, de preferência com mais tordos, e a mesma boa disposição!




Grande abraço amigos,