segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Abertura 2017: Caça aos Patos no Salgado da Figueira da Foz

Não sendo a primeira vez que caçava no vale do Mondego, sempre que o fiz havia sido em arrozais. Este ano, e mais uma vez a convite do meu amigo Daniel Gomes, de Marinha das Ondas, decidi fazer a abertura no Salgado da Figueira da Foz, já próximo da foz do Mondego e da cidade da Figueira da Foz, avistada ao longe, dos terrenos onde íriamos caçar. Não caçava aos Patos com o Daniel  já hà alguns anos e isso deixava-me por um lado tranquilo - quanto à Caça - e bastante satisfeito por voltar a revê-lo, de caça, por ali, e aos Patos que tanto gosta, e de que tanto conhece. Estes terrenos de água - salgada - e abundante têm por crença dar abrigo aos patos, que ali se refugiam durante o dia para descansar e lavar a "pena", chegando nalguns períodos a constituir bandos de alguns milhares; embora sempre com alguns patos residentes, chegam normalmente em maior quantidade de manhã, regressando da pastagem nos arrozais, e saiem próximo da noite em busca do repasto.


Esta "Abertura" envolvia por isso alguma expectativa, emocional e também cinegeticamente falando. Voltamos a observar os patos previamente, e a discutir as localizações, colocações, cartuchos (que ali têm de ser de aço!), etc., etc.



 (Observação dos Patos ao cair da noite com a Ponte da Figueira da Foz ao longe,
e as luzes da cidade já iluminada)


A ideia seria de caçarmos "na água", evitando as linhas de fogo que normalmente ocupam as pequenas estradas e as motas que dividem os talhões, dando-nos algum sossego no momento da colocação (na ocupação dos postos), patos "divididos", e quaisquer outras confusões, conseguindo atirar e cobrar com relativa privacidade.


Pois, assim foi. Começamos a manhã com uma longa caminhada já dentro de água, no "escuro" (sem qualquer luz!), por forma a desestabilizar ao mínimo a zona,  até atingirmos a linha de juncos que havíamos decido ocupar. De facto só confiando muito em alguém que conheça muito bem estes "caminhos"; O Daniel à frente, com o fiel e obediente "Mascote", o meu filho Luís, que nos acompanhou, ao meio, e eu, em último. Seguem-se depois os momentos de preparação do equipamento por forma a ficarmos prontos para a acção que estaria prestes a desenrolar-se com a chegada (passagem) dos primeiros patos.  Naquele ambiente único, aqueles momentos de sossêgo que antecedem a entrada dos primeiros patos, encerram simultaneamente uma paz, e uma beleza indescrítiveis (é certo que a forma de cada um o sentir influenciará muito esta escala). Naquele cenário, emociona-me pensar que tenho o privilégio e a felicidade de ali estar, e caçar - à séria-, na companhia de um grande amigo, e do meu filho, numa realidade e condições que poucos alguma vez conhecerão e muitos menos, tenderão a apreciar daquela forma.



(Minha colocação  na água junto a uma pequena maracha de juncos)


Porém, os pensamentos são abruptamente descontinuados, assim que soam os silvos das asas dos primeiros patos, levando a um pulso imediato de adrenalina e da tentativa simultanea em avistá-los. Surgem os primeiros tiros a conta gotas e os primeiros patos que nos proporcionam atirar... daí até o nascer do dia "trazer" um verdadeiro corropio de patos no ar, em várias direcções e altitudes foi um ápice. Embora, muitos patos bastante altos... Estamos agora em alerta máximo e o objectivo é aproveitar os patos que nos passem em melhores condições, e teriam de ser "alguns" de acordo com o que havíamos visto previamente. Cerca das 09:30h e já numa fase de acalmia do movimentos dos patos, decidimos ir ao carro fazer uma pausa e comer a bucha.




(Caminhada dentro de água)

(Durante a bucha, no carro)


Uma excelente manhã de caça, onde ainda conseguimos "arrear" 10 patos.



(Mais uma excelente recordação proporcionada pelo Daniel)


E à saída da Zona de Caça ainda deu para apreciar as salinas,


(Salinas - Figueira da Foz)


-Daniel, por tudo, foi -mais - uma jornada de caça fabulosa.
O almoço, como sempre em tua casa nestes dias, de luxo. 
  
Felizmente para nós, a caça continua a ser uma paixão.


Grande abraço,


Luís Simoes