segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Abertura 2016/2017: Abertura às rolas e pombos em Segura

(27/08/2017) A viagem começou cedo quando recolhi o amigo Humberto pelas 03:00h da manhã e que decidiu acompanhar-me nesta Abertura. O destino era mais uma vez Segura. Seguimos na A23 até Castelo Branco desde a Zibreira (nó de Torres Novas com a A1), e depois na direção de Escalos de Baixo, Ladoeiro,…, até finalmente, Segura. As mais de duas horas de viagem, são o suficiente para colocar a conversa em dia, e como é lógico a caça e os cães como temas de eleição. Como sempre uma expectativa enorme em mais uma caçada numa zona de caça que tem demonstrado ao longo dos anos a possibilidade de proporcionar excelentes caçadas a estas espécies. 

Na chegada à sede do Clube de Pesca e Caça Flôr do Erges encontramos de imediato algumas caras conhecidas de outros anos, recordamos alguns momentos de anos anteriores e discute-se a situação deste ano. Ao que parece a situação não seria muito diferente da de outros anos: algumas rolas, muitos pombos! E é sempre necessário alguma sorte na porta, pois são 4 ou 5 cevadores cada um com 10-12 portas e como é lógico nem todas são iguais… 

Após o sorteio onde nos calhou o “cevador” e a “porta” onde iriamos caçar, fazemos a deslocação até ao posto com um postor “local” cuja porta, logicamente escolhida seria a melhor daquele cevador. Até aí nada de novo, não fosse termos ficado muito longe dele, logo num dos primeiros postos… com o amanhecer a prática veio a confirmar a teoria. Ficámos longe da passagem.

Embora muitos tiros dados à distância nesse cevador e nos outros próximos, apenas nos cruzaram 2 ou 3 peças: 2 tiros a um pombo alto, 1 tiro a uma rola de rabo, que cruzou das costas de surpresa. Isto após horas a ouvir tiros… e nada. Só após algumas desistências nas portas vizinhas consegui aproximar-me um pouco mais das zonas mais “quentes” de passagem, e foi então que fiz 2 tiros e duas rolas. 

Uff! Estava salvo o chibato. Não sendo por isso, nem pela quantidade -que não nos calhou- foi uma manhã engraçada e uma boa recordação de Segura e da malta dali. No final, confirmamos ter existido portas a chegar às 20 peças, outras poderiam tê-lo feito… outras nem por isso, e outras com muito pouca caça ou nenhuma,… mas isso faz parte. Será melhor numa próxima!

Conforme planeado almoçamos na Sede do Clube, com almoço que levamos, após o que regressamos à Serra d`Aire. Nem todas as caçadas nos trazem muita caça e momentos de exceção, mas são esses que nos fazem valorizar aqueles onde isso acontece.


Está feita mais uma Abertura a uma espécie que terá "os dias contados" enquanto espécie cinegética em Portugal, segundo defendem os mais informados, mas de uma beleza impar enquanto características de voo e tiros proporcionados! 

Penso que é caso para dizer, será que para o ano há mais?



Acreditando que a progressiva escassez da Rola seja uma situação promovida pela também progressiva alteração de habitats, cada vez menos adequados à Rola, a nível da Europa, e sobretudo da Peninsula Ibérica, no que toca aos nossos terrenos, muito menos cerealiferos, e com "mosaícos" de coberto cada vez menos favoráveis comparativamente a outras regiões, mais favorecidas, como actualmente quase todo o Norte de África, fará sentido proibir a caça à Rola a nível nacional nesse contexto? Ou seja, ainda que não existam estudos científicos,


-a regressão não relacionável com pressão cinegética
-a pressao cinegética é baixa (e será cada vez mais baixa)
-os efectivos de Rola encontram-se essencialmente "deslocados" das zonas tradicionais de nidificação do passado e dispersos em novas áreas, resultando uma área de nidificação total substancialmente mais vasta (talvez nestas novas áreas o controlo da pressão cinegética fosse muito mais relevante!)
- ...
  


Bem, existirão sempre os "contra" e os a "favor".



Pessoalmente, terei grande pena de perdermos estas caçadas e tudo o que as envolve, ...mesmo quando não temos sorte! 


Ficarão as recordações.

Grande abraço,

Luís Simões

Sem comentários:

Enviar um comentário