No Domingo passado cacei mais uma vez em Mértola, e como
sempre saí de lá de alma cheia!
(Mértola a espreitar os terrenos das mágicas perdizes vermelhas que por ali desafiam caçadores desde hà muito)
Como em muitas das coisas que faço na minha vida, caçar em
Mértola às perdizes começa a ter uma raiz emocional! – Gosto da caça, das
pessoas dali, dos amigos que ali encontro, do “Quartel general” em Sapos, onde
acontecem as magníficas refeições bem “Alentejanas”, confecionadas pelas mãos calejadas
da Ti Luciana e... faço a viagem de regresso normalmente a pensar que não me
importaria de voltar logo no fim de semana seguinte. Infelizmente, não pode ser
assim. E a vida encarrega-se de de me levar lá, apenas 3 ou 4 vezes por ano.
Levanto-me pelas 03:30h da manhã,
apanho a “Bolota” (EB Fêmea) em casa dos meus pais em Pedrógão d`Aire, uma
companheira espectacular e grande caçadora, e pelas 04:00 h estou já a entrar no
nó de Torres Novas com o pensamento em Mértola e mais uma caçada às perdizes. Esta
seria a minha última este ano. Por forma a facilitar a viagem e evitar algum
esforço tiro rumo a Castro Verde em “piloto automático”, apenas com uma pequena paragem para café em Aljustrel, e às 07:30h tomo o
pequeno almoço em Mértola, calmamente, onde vejo as notícias e pouco depois começo a
encontrar os companheiros mais madrugadores. Em cima das 08:30 h estamos no
ponto de encontro no Poço dos Dois Irmãos, de onde começamos a caçar.
Ao comando do carismático Alcario, e depois organizados pelo
incansável Hugo Candeias (um Capitão no terreno, como não existirão muitos)
começamos desta vez, fazendo a Mata e depois as margens do Rio Oeiras, com
Mértola logo ali à vista... um verdadeiro Tesouro para a vista...
(Encontro do grupo ao final da primeira mancha)
Mancha já feita algumas vezes este ano, com perdizes bravas,
mas já muito desbastadas e logo se percebe que teria de ser uma caçada feita
com alguma concentração, para livrar o “chibato”.
Ainda assim a sorte não é a mesma para todos e lá vão
aparecendo algumas perdizes e alguns coelhos a cada final das várias batidas
feitas.
Chego á última mancha com nenhuma possibilidade de tiro e
por isso a “nulos”.
Ainda assim no último “round” levo a esperança de não
confirmar o “chibato” na última "varada"... faço a 4ª posição numa linha a quem
o Hugo pediu a tarefa de “recolher” uma área querençuda da última mancha e ...
subitamente ouço alguns tiros e surgem duas perdizes no meu horizonte visual
passando para fora/trás da linha. A primeira, cumpro com com o habitual Sulbeja, Especial
Caça 34 gramas, (caindo seca apesar de surgir em modelo F16 como só as perdizes
bravas conseguem), e a segunda já mais “fora de tiro” e de rabo não me deu esse
prazer... talvez prejudicado pelo querer ver onde caíria a primeira... faço o
segundo tiro de forma muito lenta, ...uma ingenuidade. Apesar do "amargo", penso mais tarde, que ainda bem, será mais uma que ficará
para o ano.
(Com Hugo Candeias, o "Capitão" que comanda a linha de salto)
Acabada a caçada, voltamos ao “Poço dos Dois Irmãos”, uns
mataram, outros não, e um ou outro mataram muito bem. Ou seja, há dias da caça,
dias do caçador e dias que tocam a uns, e outros, a outros...
Nesta caçada o Hugo Pita, que conheci da primeira vez que
cacei ali em Mértola, fez nada mais nada menos que OITO perdizes caçando de
salto e que que é uma caçada de sonho naqueles terrenos. Podendo sempre significar
uma “pontinha” de sorte, tem muito de quem sabe do terreno, e de aproveitar lances
pouco acessíveis à grande maioria... sem dúvida de grande Caçador.
(Hugo Pita, com oito perdizes feitas de salto - uma caçada de sonho!)
No final a “divisão” da caça ditou apenas uma peça a cada um
dos participantes. O almoço como sempre uma preciosidade e... o sentimento que
será impossível de deixar de ali voltar, seguramente uma certeza.
(A divisão da Caça no "Poço dos Dois Irmãos")
Obrigado Alcario, sem dúvida é um grande anfitrião e
representante da Capital da Caça e da mística de caçar em Mértola!
Obrigado Hugo (Candeias), és um “Capitão” como não existem
muitos. Toda a caçada sob controlo. E caçando quando o deixam, mas cumprindo
sempre com naturalidade, com algumas peças.
Grande abraço Hugo (Pita), és um caçador muito sereno, e de
uma eficácia ímpar. Aquelas oito perdizes não eram para qualquer um... e fazê-lo
com simplicidade e naturalidade é de Grande Caçador.
A todos os outros companheiros, que por um motivo ou por
outro não tiveram tanta caça, mas devotaram todo o seu espírito e vontade na
caçada, tenho forçosamente de chamar-lhes grandes companheiros e grandes
caçadores!
Foi um verdadeiro prazer caçar convosco mais uma vez! Até para o ano, se não nos virmos antes.
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