Figuradamente, ou por piada, hà quem lhe chame a “Mãe-dos-Tordos”,
ou que defenda mesmo que Pedrógão se deveria chamar de “Tord`Aire”. Para uma
época que a meados de Dezembro se adivinhava medíocre, desde aí, quando se
deram as primeiras entradas, os Tordos têm mantido bom registo em Pedrógão d`Aire,
e fim de semana após fim de semana vão proporcionando manhãs muito razoáveis de
caça. A verdade é que não apresentando as abundâncias do passado, nem a regularidade
de outrora, é ainda assim generosa a quantidade de tordos por aquelas paragens
até ao momento.
Escolhido o local, e a colocação das posições de tiro, a chegada
é feita ainda pelo lusco-fusco, sobre a erva ainda molhada pela noite. Ao
amanhecer os tordos passam baixos, velozes e em grande quantidade, encrençados
nos matos adjacentes, confirmando as previsões. Gradualmente, no decorrer da
manhã começam a surgir cada vez mais altos, e compassados. E também cada vez
mais inacessíveis aos nossos tiros, desferidos a partir das covadas do vale em
que nos encontramos. Ainda assim, sempre vai ficando um ou outro, até que chega
o momento de partir rumo ao já aguardado repasto.
Feita a foto final, arrumadas as “torgias”e acondicionados os
cães, resta a certeza quanto à vontade de voltar. Ainda antes de partir, assaltam-me
ao pensamento os lances mais bonitos, e recordo por um momento alguns dos “Tordeiros”
de craveira com quem acompanhei por ali tantas vezes enquanto miúdo, sentindo uma felicidade
imensa de, como eles, poder caçar assim.
(Manhã de Tordos com os amigos Alberto Presume, e os irmãos Luís e José Pereira)
... por último chamem-lhe o que chamarem, de uma coisa estou
certo, Pedrógão continua a ser a “Terra dos Tordos”!
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