quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Caça de Aproximação na Tapada Nacional de Mafra

Esta semana voltei à Tapada Nacional de Mafra para mais uma caçada de Aproximação aos Gamos. A verdade é que é um local onde gosto de Caçar e onde ano após ano acontecem sempre lances de grande beleza. Desta feita após algumas horas de busca pelo animal que supostamente me seria possível abater, um gamo selectivo, e já próximo da uma da tarde decido investir numa área recatada onde avisto um gamo a uma distancia considerável, talvez cerca de 200 m ou mesmo um pouco mais. O mesmo encontrava-se na orla de uma encosta de declive ligeiro, próximo do topo de um monte, numa zona de vegetação baixa, de transição para uma área de carvalhais frondosos localizados sobre a encosta mais íngreme. Decido aproximar-me com cuidado, quase de gatas, pelo feno e erva mais baixa, e procurar não desperdiçar a oportunidade. Era apenas um Gamo de 3ª cabeça, nada de especial, mas a escolha era o "lance" em deterimento de caçar um animal eventualmente de maior armação, mas mais fácil, a partir da viatura  ou fortuitamente a grande distância(coisa que até ao momento me tenho recusado a fazer). E assim foi.
Consigo a pouco e pouco ir encurtando distância mas ao mesmo tempo percebo que o animal vai descendo alguns metros e que me obriga a desviar ainda mais para a zona limpa por forma a desviar de alguma vegetação que gradualmente vai interpondo entre mim e ele. Opto a dada altura, talvez já com menos de 100 metros de permeio por tentar o tiro. Sento-me e coloco a CZ 550 Stutzen FS cal. 243 apoiada nos joelhos, posição clássica de tiro em condições semelhantes. Aponto cuidadosamente, e ao tiro o animal reage com o típico salto e sai na direcção descendente. Fico convencido que o tiro, não sendo errado colhe o animal pela mão esquerda, quase de raspão. O guia Vitor Claro que me acompanhou mais uma vez, "engelha-me" o nariz e acaba por me confessar que não está seguro de que tivesse acertado. No entanto, acaba por soltar a "Mel", uma jovem Sabujo da Baviera que pertence à TNM, com cerca de 2 anos, e a qual tem vindo a preparar. A Mel arranca na direcção de fuga do animal, e tarda em voltar, ou em ladrar. O Vitor diz-me que não é boa notícia. Vamos ao local do tiro e não encontramos vestígios de sangue. Mas entretanto, escutamos subitamente a Mel a ladrar, supostamente de parado. Aparentemente a umas boas centenas de metros. Decidimos avançar rapidamente na direcção dos latidos e ao acercarmo-nos do vale seguinte lá está ela a ladrar em círculos em torno do gamos ferido, que vai investindo a espaços à cadela, procurando ainda assi defender-se. Acabo à distància por rematar o animal com um segundo tiro, prezando sempre a segurança da Mel. O Vitor justifica que sem ela não teríamos cobrado este Gamo, ou pelo menos seria muito mais díficil, ou de resultado seguramente mais incerto. Concordo. Eu simplesmente fiquei feliz com o desfecho, mais do que com tiro (!), e sobretudo por ter vivido mais um lance espetacular no seu todo, e que envolveu até um cobro magnífico, com uma "Baviera" que se advinha muito competente e que foi um grande prazer testemunhar. Mais uma boa recordação, e um lance memorável. Se Deus quiser para o Ano voltarei à Tapada. Obrigado Vitor.

(2015 12 09 - Gamo 3ª cabeça, com Guia Vitor Claro - Tapada Nacional Mafra)


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