Sim, é
brincadeira, mas em boa verdade é como me sinto, ao caçar nestes Arrifes milenares,
os quais hoje em dia poucos conhecerão tão bem, e muito menos interpretá-los a
nosso favor, e por isso poucos ali se aventuram a Caçar. Caçar ali de forma tão livre e longínqua faz me sentir um enorme priviligiado. Por ali se conseguem manhãs
inteiras, e às vezes muitos dias, onde não se avista viva-alma, são locais de
Caçador solitário, de beleza única, e enorme grandiosidade.
A Serra d`Aire em
si, e estes Arrifes dão abrigo e alimentação às hostes de Tordo que nos visitam
de Inverno desde há muito. Conhecer os seus hábitos nestes terrenos, dependendo
das condições climatéricas, dos ventos, e até da altura do ano, permitem fazer
caçadas fantásticas, com densidades muito razoáveis, com lances de cortar a respiração,
e com tanto de belo como de difícil. Por vezes, os cobros tornam-se o desafio “maior”,
pela distância, pelo declive, pela muita pedra e mato entre nós e a zona onde
terá caído o tordo, e é aí que os bons cães de cobro assumem uma importância fundamental.
Para além dos factores que se conseguem controlar, existem aqueles que se procuram
prever com o melhor conhecimento de cada situação, mas sentes que precisas
sempre de uma boa dose de "instinto". Por isso, Caçar ali faz-te sentir ainda mais "Caçador".
Indo ao que interessa,
está feita (ontem!) mais uma "Abertura" aos Tordos na minha terra, Pedrógão d`Aire,
mais propriamente em Vale da Serra. Cacei mais uma vez sobre os Arrifes, local que adoro, e
onde até me “emociona” caçar, como já perceberam. Ainda não tinha caçado aos
tordos esta época e embora as previsões não fossem as melhores, a expectativa é sempre alguma. Há
cerca de uma semana estiveram “cobertos” de tordos, mas o vento forte e tempo
enxuto já os tinha feito mudar de zona novamente, ou seja não era seguramente dia de “fartura”.
Cacei acompanhado do meu filho Luís, e que como sempre foi de uma ajuda preciosa,
permitindo-me que atirasse a “altos, baixos e galeados”, com se diz por aqui,
ou seja sem preocupação de distâncias e marcação de “porradas” (ou pelo menos éramos os dois a fazê-lo!). Levámos ainda duas das nossas Bretons para ajuda no cobro, a experiente Bolota, e a Nolita, que já iniciamos a época passado e que começa a antecipar-se nalguns lances.
Cacei com os meus amigos
habituais, José Pereira, Beto (Alberto Presume), e o Humberto Felicíssimo,
com quem de véspera após discussão pormenorizada, acordámos na escolha dos terrenos, e julgo que acertámos e tirámos partido das condições.
No final, e é isso que conta, fizémos mais uma jornada de caça para mais tarde recordar e a fazer sentir-nos verdadeiros "Herdeiros" dos Arrifes d`Aire!
No final, e é isso que conta, fizémos mais uma jornada de caça para mais tarde recordar e a fazer sentir-nos verdadeiros "Herdeiros" dos Arrifes d`Aire!
Foi magnífico.
Grande abraço amigos,
A Caça é uma Paixão!
Sem comentários:
Enviar um comentário