segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Tordos: “Herdeiros” dos Arrifes d`Aire!

(22/12/2019)


Sim, é brincadeira, mas em boa verdade é como me sinto, ao caçar nestes Arrifes milenares, os quais hoje em dia poucos conhecerão tão bem, e muito menos interpretá-los a nosso favor, e por isso poucos ali se aventuram a Caçar. Caçar ali de forma tão livre e longínqua faz me sentir um enorme priviligiado. Por ali se conseguem manhãs inteiras, e às vezes muitos dias, onde não se avista viva-alma, são locais de Caçador solitário, de beleza única, e enorme grandiosidade. 

A Serra d`Aire em si, e estes Arrifes dão abrigo e alimentação às hostes de Tordo que nos visitam de Inverno desde há muito. Conhecer os seus hábitos nestes terrenos, dependendo das condições climatéricas, dos ventos, e até da altura do ano, permitem fazer caçadas fantásticas, com densidades muito razoáveis, com lances de cortar a respiração, e com tanto de belo como de difícil. Por vezes, os cobros tornam-se o desafio “maior”, pela distância, pelo declive, pela muita pedra e mato entre nós e a zona onde terá caído o tordo, e é aí que os bons cães de cobro assumem uma importância fundamental. Para além dos factores que se conseguem controlar, existem aqueles que se procuram prever com o melhor conhecimento de cada situação, mas sentes que precisas sempre de uma boa dose de "instinto". Por isso, Caçar ali faz-te sentir ainda mais "Caçador".

Indo ao que interessa, está feita (ontem!) mais uma "Abertura" aos Tordos na minha terra, Pedrógão d`Aire, mais propriamente em Vale da Serra. Cacei mais uma vez sobre os Arrifes, local que adoro, e onde até me “emociona” caçar, como já perceberam. Ainda não tinha caçado aos tordos esta época e embora as previsões não fossem as melhores, a expectativa é sempre alguma. Há cerca de uma semana estiveram “cobertos” de tordos, mas o vento forte e tempo enxuto já os tinha feito mudar de zona novamente, ou seja não era seguramente dia de “fartura”. 



Cacei acompanhado do meu filho Luís, e que como sempre foi de uma ajuda preciosa, permitindo-me que atirasse a “altos, baixos e galeados”, com se diz por aqui, ou seja sem preocupação de distâncias e marcação de “porradas” (ou pelo menos éramos os dois a fazê-lo!). Levámos ainda duas das nossas Bretons para ajuda no cobro, a experiente Bolota, e a Nolita, que já iniciamos a época passado e que começa a antecipar-se nalguns lances. 





Cacei com os meus amigos habituais, José Pereira, Beto (Alberto Presume), e o Humberto Felicíssimo, com quem de véspera após discussão pormenorizada, acordámos na escolha dos terrenos, e julgo que acertámos e tirámos partido das condições. 

No final, e é isso que conta, fizémos mais uma jornada de caça para mais tarde recordar e a fazer sentir-nos verdadeiros "Herdeiros" dos Arrifes d`Aire!

Foi magnífico.

Grande abraço amigos,

A Caça é uma Paixão!

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