A passar umas sempre curtas férias de Páscoa em Pedrógão, decidi "juntar o útil ao agradável", como se costuma dizer, e preparar uma espera aos javalis em plena "Semana Santa".
Nos últimos meses não tenho conseguido fazer esperas uma vez que surge sempre um afazer de última hora ou outro compromisso mais importante.
Com essa ideia em mente, no fim de semana passado havia alimentado bem o cevador, confirmado que este estava bem frequentado e planeei a espera para 2ªf, dia 10 de Abril. O local do cevador localiza-se no sopé da Serra d`Aire, num local magnífico chamado de Casal de Valentão, na aldeia de Vale da Serra.
Cheguei cedo como bem gosto e cedo comecei a ouvir os cães do casario ladrarem para a Serra logo a partir do lusco-fusco, facto indicador dos javalis estarem já em movimento na encosta da Serra. Apesar de tudo os javalis tardaram em aparecer e só já próximo das 2h da manhã, e comigo já em algum esforço surge uma pequena vara, da qual 5-6 animais acorrem ao cevador, todos mais ou menos do mesmo tamanho, e não mais de 50-60 kg. De entre esses animais identifico um "machito" e decido atirar. O porco ficou no cevador. Aguardo apenas uns minutos enquanto os restantes se afastam. Arrumo de imediato a "torgia" (mochila, manta, lanterna, chapeu, garrafa de água, etc.), laço o bicho pelo focinho e faço "slide" com ele carreiro a baixo até ao carro. Só de manhã depois de descansar umas horas tratámos do bácoro.
(Com os meus pais, filhos e sobrinhos)
Durante o dia fui ver novamente o cevador, e buscar uma garrafa de água que havia ficado esquecida. Surpreendentemente, verifico que outros javalis tinham estado lá depois de ter vindo embora e decido à última da hora fazer nova espera. Pelo "arrumar" das pedras em torno do milho parecia-me um porco grande.
Então, faço-me de novo à Serra ao cair do dia e nova "adiafa" à espera de um "guarro" de maior porte. E assim foi. Sensivelmente à mesma hora surge um porco solitário de maior porte no cevador, muito nervoso e com de repentes de "não-sei-se-vou", "não-sei-se-fico". Era o navalheiro. No entanto era porco para cerca de 70-80 kg no máximo. Mais uma vez, já acusando o cansaço decido atirar decorridos alguns minutos. O porco sai numa correria desmedida, mas no seu caminho ouço enorme estarrabaço nas pedras. Estaria ferido de morte, penso para mim.
Acorro dentro de minutos ao cevador e confirmo uma lufada generosa de sangue róseo. Faço-lhe o rasto por aproximadamente 100 m, onde por fim dou com ele inanimado. Era um jovem navalheiro, com cerca de 3-4 cm de navalhas expostas e de menor porte do que me parecera inicialmente (teria cerca de 70 kg). Mesmo assim, não me senti com força para trazê-lo até ao carro e opto por ir descansar e voltar apenas de manhã com ajuda.
(com a minha esposa, o meu sogro e os meus pais)
Uma excelente recordação das férias, desta vez, os "javalis da Páscoa".
Aproveito para desejar uma boa Páscoa para todos,
... a Caça é mesmo uma Paixão,
Grande abraço amigos,
Luís Simões
*com estes dois javalis atinjo 60 javalis cobrados na Serra d`Aire
Grandes amêndoas. 👍 Boa Páscoa. Abraço
ResponderEliminarViva Gabriel, É verdade! Obrigado. Boa Páscoa também para ti e família. Grande abraço,até um dia destes, Luis Simões
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